Muito se divulga a respeito de como o Brasil se configura nos diversos rankings sobre tecnologia da informação e a sua difusão no país. E quase sempre o Brasil fica bem atrás de praticamente todos os países considerados desenvolvidos, e perde também até para alguns países emergentes como ele.
Entretanto, quase sempre o contexto nos quais são consideradas estas estatíticas não levam em conta a premissa da “relatividade”, ou seja, as condições específicas e únicas, e por causa disto, podem causar distorções. E sào sempre as distorções, apresentadas
também como aberrações, que são destacadas na mídia. Afinal, eles precisam vender e obter lucro. E nada como uma “manchete polêmica”.
A pesquisa mais recente divulgada na semana passada, pelo braço de inteligência de mercado da revista The Economist, sobre a força das empresas de tecnologia da informação (TI) para competir no mercado externo, coloca o Brasil na 43ª colocação no ranking entre 66 países analisados. E é claro, que esta é a manchete da matéria.
Mas é necessário afastar um pouco o “zoom”, para que outros elementos também apareçam com prepoderância no radar. Tais como o fato da pesquisa ter sido encomendada pela BSA – Business Software Alliance, cujo objetivo principal é o combate a pirataria, portanto, uma premissa que acaba influenciando toda a construção da pesquisa.
Outro aspecto importante que não fica claro para o leitor quando lê que o Chile está a frente do Brasil na categoria de penetração da internet, onde aparece com 8 em cada 100 habitantes com acesso a rede mundial. Mas, no mesmo contexto, não explica que o país tem apenas 16 milhões de habitantes, ou seja, a sua população total é igual a cidade de São Paulo.
Isto comprova que, quando se lê notícias sobre rankings, é importante sempre buscar o contexto e entender o pano de fundo. Certamente, quando referenciamos o Brasil, sabemos que existem diversas necessidades para poder capitalizar todo o seu potencial. E que existem fatores críticos para o sucesso internacional que precisam ser melhor trabalhados ou equacionados.
Ao mesmo tempo, porém, também é preciso se destacar, que apesar da carência em diversos quesitos, as empresas brasileiras de TI, por estarem sempre lutando contra as adversidades advindas pela falta de planejamento estratégico, a ausência de políticas públicas consistentes, inexistência de acesso fácil a capital para investimento e desenvolvimento, mesmo assim, elas conseguem ser competitivas.
Sendo que, justamente por estar constantemente operando em mercados voláteis, e as vezes até hostis, consegue desenvolver uma flexibilidade e comprometimento, que hoje, são considerados, como vitais para a sobrevivência e sucesso, dentro de um contexto mundial, cuja a velocidade da mudança é uma constante cada vez mais preponderante.
Recentemente, num evento nos Estados Unidos, que reuniu aproximadamente 360 executivos de TI de empresas médias atuantes no mercado norte americano, (leia-se empresas médias, empresas que faturam entre U$ 250 milhões e U$ 1 bilhão), as empresas brasileiras, reunidas embaixo da bandeira Brazil IT, foram selecionadas como a melhor oferta de serviços de TI no Innovation Awards do Mid-Size Enterprise Summit, evento realizado há mais de 14 anos.
Uma das características pontuada nesta votação foi justamente a alta capacidade e flexibilidade do brasileiro em lidar com situações adversas e inesperadas, onde a criatividade e velocidade de resposta acabam sendo imperativas. E que estes fatores precisam estar presentes na oferta de qualquer fornecedor de TI na sua relação com o cliente.
Portanto, é importante que se dê destaque também para estas conquistas do Brasil , das suas empresas e dos seus executivos e profissionais, que todos os dias, enfrentam as adversidades e precisam “matar pelo menos um leão” por dia. Mas que mesmo assim, conseguem brilhar nos mercados considerados mais profissionais e competitivos. Esta competência é nossa.
Leave a Reply