O Outsource World, um dos principais eventos no segmento de outsourcing nos Estados Unidos, no seu sétimo aniversário, reuniu um grupo com alguns dos melhores especialistas e executivos do setor, na segunda quinzena de outubro no Javitz Center em New York, e promoveu um debate centrado nos principais ítens da pauta atual.
Foi literalmente uma janela previlegiada para as novas geografias que estão se formando no cenário mundial, não somente a partir da atual crise financeira mundial, mas também pelas consequências de uma maior maturidade do mercado corporativo na utilização da função de outsourcing e usando “offshore vendors”.
Com apresentações de Keynotes de primeira linha, como o Nicholas Carr, grande visionário do “Cloud Computing”; o Dr. Ravi Aron, Professor do Wharton School of Business; o Ralph Szygenda, CIO da General Motors e o Steven Bandrowczak, CIO da Nortel.
Outros especialistas e executivos de grande relevância foram: Douglas J. Ash, Vice Presidente da Lockheed Martin, Sumit Dutta, Associate Partner da McKinsey & Company; Cyril Eltshinger, CEO da Softtek – China; Thomas Habel, Global Service Provider Management – Credit Suisse; Shami Korana, Presidente da HCL America; Russ Finney, Vice Presidente de Information Systems da Tokyo Electron; Anupam Govil, CEO da Global Equations; Paul Zazzera, CIO da Time Warner Donald Homes, Vice Presidente de Outsourcing Planning and Strategy da McGraw Hill Companies e Srin Krishnamurthy, Vice Presidente de Enterprise Outsourcing, The Hartford.
O conteúdo gerado por todas estas estrelas de primeira grandeza foi o melhor que tive oportunidade de ouvir nos últimos 2 anos em que venho trilhando este segmento, a título de auxiliar as empresas brasileiras do setor nos seus esforços de internacionalização. Os principais temas discutidos foram realmente os mais relevantes do momento e centrados nos seguintes tópicos:
· Crise financeira e seus desdobramentos para os negócios
· Maturidade do mercado e as novas geografias
· O impacto da tendência do “Cloud Computing”
Sobre o impacto da atual crise financeira mundial, alguns especialistas afirmaram que esperam uma redução geral dos investimentos advindos de uma inevitável recessão. E que isto certamente forçaria as empresas fornecedoras a buscarem novas geografias. Outros, esperam que muitas empresas serão forçadas a reverem os seus processos internos, em especial, o desenvolvimento in-house, e fazer uma nova avaliação sobre quais processos internos podem ser terceirizados e significarem uma redução de custos.
Outros pontos que os analsitas destacaram que devem afetar o status quo atual do mercado são: a maior maturidade por parte dos usuários corporativos na gestão dos seus fornecedores, exigindo uma melhor eficiência operacional dos mesmos; a compreensão de que a escolha de outsourcing pode representar um melhor “time-to-market”, dentro de cenários onde cada vez mais a velocidade passa ser um diferencial competitivo; e por último o impacto do “cloud computing” vai ter no relacionamento e na oferta dos fornecedores para o mercado.
Forma menscionados também uma tendência crescente na adoção de um novo indicador para monitorar a evolução dos trabalhos, e que oferece um resultado final melhor. Apesar do modelo de SLA ainda ser predominante, hoje, as empresas constatam, que este modelo, enquanto cria uma espécie de seguro para o resultado final acordado, ele não garante o mesmo, e que é o objetivo real de um contrato.
Por esta razão, algumas empresas começaram a adotar um modelo que lhes permite ter uma maior segurança que o resultado final desejado seja alcançado. É o “KPI _ Key Performance Indicators”, que através dos mesmos, identifica os milestones críticos de sucesso e permite um monitoramento mais real do andamento do projeto e o seu alinhamento com os resultados finais acordados.
Sobre o “cloud computing”, o guru atual do tema, o Nicholas Carr, apresentou a sua visão de que o caminho do que ele chama de “utility computing”, como sendo inevitável, e que os fornecedores de serviços de TI vão precisar reconhecer aonde estarão as novas oportunidades de negócios, uma vez que, na visão dele, e bastante abordado no seu livro, “A Grande Mudança – Recabeando o planeta, de Edison ao Google”, todos as funções de TI que presentemente dão suporte a negócios, que puderem ser comoditizados, eles o serão.
Fazendo portanto, que as empresas fornecedoras tenham que buscar novas formas de oferecer serviços para os seus clientes que não já estejam sendo oferecidos pelos provedores e as suas plataformas de desenvolvimenot “prét-a-porter”.
Tivemos também a oportunidade de participar de um painel sobre a América Latina, onde estavam presentes a Jamaica, o Chile e um outsourcing advisor para a região, além de nós do Brasil. E foi gratificante poder verificar o grande interesse da platéia no que o Brasil tem para oferecer, e genuinamente estarem interessados em conhecer com maior profundidade como que as empresas brasileiras podem passar a fazer parte do seu portfolio de fornecedores.
Ficou evidente também, que ainda existe muita falta de informação sobre o Brasil e as suas competências no setor. Certamente, o desafio da comunicação precisa ser uma das principais frentes que precisa ser atacada pelos formuladores das políticas públicas promocionais pelo governo federal brasileiro. Como dizia o nosso velho guerreiro – “Quem não se comunica, se trumbica!”
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