A atual crise financeira tem forçado as empresas consideadas “Buyers”, revisitarem a sua visão sobre “Outsourcing” e percebê-la como uma ferramenta estratégica no contexto geral de TI, em vez de apenas uma mera atividade de suporte periférico. Como resultado desta nova realidade mais escassa, começa a crescer uma visão das empresas de “Outsourcing”, denominadas no mercado como “ITO’s – “Information Technology Outsourcing Vendors”, como potencial parceiro na adequação de um novo modelo de negócios, mas em sintonia com a atualidade de mercados mais restritos e de demanda mais exigente.
O mercado de “Outsourcing” também vem passando por transformações, e procura se adequar a uma nova realidade baseada numa plataforma global de serviços, – “Gloval Delivery Platform”, o que atende ao novo modelo de atendimento exigido pelas corporações. Ao mesmo tempo, o conjunto padrão de serviços sendo oferecido ao mercado passa a conjugar execução de processos de negóciso, O “Business Process Outsourcing”, com os serviços de desenvolvimento e manutenção de aplicações.
Na última década a demanda por serviços de TI terceirizados foi bastante concentrada na India e em alguns países do Leste Europeu. Esta concentração resultou em uma maior desenvolvimento e maturidade destes mercados, consequentemente aumentando a sua demanda por profissionais e competências, o que fez aumentar os salários e o “attrition rate” – a medida de rotatividade de profissionais nas empresas, e isto teve um impacto significativo na relação custo benefício da proposta, “value proposition”, destes destinos, que também se viram obrigados a competir novas opções atraentes surgindo ao redor do planeta.
Enquanto que as corporações européias preferem trabalhar com empresas regionais, os Estados Unidos tem aumentado a sua preferência por fornecedores considerados mais ocidentalizados e próximos geograficamente, “western hemisphere providers”. Apesar disto ser uma excelente oportunidade para as empresas da região, signfica também novos desafios para aperfeiçoar os seus modelos de entrega, os seus custos maiores, e a percepção que inexiste expertise empresarial e que a produtividade é menor.
A busca pelas empresas em fornecedores que tenham conhecimento de negócio e capacidade de entrega, e desta forma possam ser considerados parceiros estratégicos, será uma dominante cada vez maior no mercado. Com isto, a localização geográfica da empresa fornecedora passa a ser um critério importante no processo de seleção, versus uma visão apenas financeira de custos de hora de desenvolvimento hora menor>
Com a necessidade de transformar o fornecedor de serviços de tecnologia (desenvolvimento e manutenção) em um parceiro estratégico, capaz de desenvolver e executar processo de negócios, integrados a estratégia da empresa, a seleção passa ter novos critérios importantes. A localização geográfica combinada com o expertise de negócio nas verticais dos clientes atendidos passam a ter uma importância vital para atendimento das necessidades das corporações clientes, especialmente verticais que precisam de proximidade de fuso horário, como o segmento financeiro e de saúde. As empresas brasileiras devem prestar atenção a estes segmentos, que demonstram ter mais oportunidades, por causa da boa expertise desenvolvida no mercado doméstico nestas áreas.
O Brasil conseguiu construir uma percepção positiva nas corporações norte americanas, aumentando o seu interesse em conhecer melhor a oferta brasileira. Mesmo com o desafio de melhorar a percepção da proficiência brasileira na adoção da língua inglesa no dia a dia, dentro de um contexto de gerenciamento de projetos, o Brasil consegue ser percebido como uma boa proposta para oportunidades de “nearshoring”, quando comparado a outras ofertas também da região.
A conjuntura atual demonstra que a demanda por maior eficiência e otimização, como base para redução de custos, será o principal fator dentro das estratégias de contingenciamento das empresas. O impacto econômico terá seu efeito medido pelos diversos modelos de entrega, “service delivery model” e o esforço demonstrado em acompanhar a tendência de redução de custos.
Por esta razão, as corporações norte americanas acreditam que os principais fatores críticos de sucesso para oferta brasileira, e inclusive os outros destinos latino americanos são: Construção de um modelo de adequado de nívéis de serviços de entrega – “service level agreement”, como instrumento para orientar a relação empresarial entre as partes, e a sua execução aderente as condições contratadas.
Mais de 75 % dos executives pesquisados confirmarem manter pelo menos uma relação empresarial com um fornecedor de serviços de tecnologia da informação, ou seja, de “outsourcing”, mas demonstraram uma tendência maior, por causa da nova demanda de alinhamento empresarial, em função da atual crise.
O resultado é uma maior adoção de uma nova estratégia sendo chamada de “multi-shoring “, que congrega uma mistura de fornecedores locais ”onshore”, fornecedores próximos “nearshores” e as “offshores” que normalmente são localizadas em centros de custos mais baixos, independente de sua distância. A grande força motriz por trás desta nova estratégia é a redução final de custos e isto cria oportunidades para as empresas brasileiras de se posicionarem como um potencial parceiro.
Numa visão mais abrangente, com uma lente macro, o Brasil precisa se preparar para os novos desafios advindos de um novo estágio de amadurecimento do setor de “Outsourcing” conjugado com a atual crise mundial, que gera uma mudança por parte das corporações na busca de parceiros de negócios, e não simplesmente desenvolvedores.
O Brasil precisa investir mais na construção de uma percepção institucional sólida assocada com a sua expertise empresarial e capacidade de desempenhar dentro de um contexto de parceria estratégica. Será necessário que a estratégia brasileira calibre corretamente o investimento necessário no desenvolvimento de uma estrutura voltada para desenvolvimento de negócios e acompanhamento da entrega. Para que desta forma possa apoiar as empresas brasileiras potenciais e acelerar o ciclo de negócios.
Para isto é necessário destacar mais investimentos para as áreas promocionais e de marketing, através das iniciativas de políticas públicas estabelecidas pelo governo; é preciso que se monitorem os mercados e clientes alvo permantemente, para estar sempre com a oferta adequada a demanda, e desta forma criar diferenciais competitivos com outros destinos concorrentes; é necessário também aperfeiçoar a capacidade de desempenho e podutividade das empresas dentro dos novos modelos de negócios, baseados em qualidade e níveis de serviços, – “service level agreement” , e por último o governo brasileiro precisa ajudar para melhorar as competências linguísticas e a percepção desfavorável quanto a proteção à propriedeade intelectual e segurança da informação da oferta brasileira.
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